O contato com a água suja pode levar à infecção por microrganismos e bactérias, além de facilitar o aparecimento de alergias e lesões, enfrentamos uma época de fortes chuvas em várias regiões do país. Estas tempestades podem ocorrer de repente e todos precisam de cuidados, inclusive os nossos pets.
Estas chuvas podem vir acompanhadas de raios, rajadas de vento, trovões, vendavais, granizo, enchentes e inundações. Por isso, é necessário atenção quando se fala em proteger os nossos bichinhos.
A chuva pode ser maléfica de forma indireta, principalmente quando falamos da presença de microrganismos e bactérias na água suja e consequente exposição. “Algumas doenças podem aparecer, como leptospirose, salmonelose, coccidioses, clostridioses e criptococose, por exemplo”, lista o médico-veterinário Carlos Flaquer.
Os gatos podem sofrer ainda com a panleucopenia felina, uma doença causada por um parvovírus (FPV) associado à parvovirose canina e ao vírus da enterite no vison. Pode não provocar nenhum sintoma, mas alguns felinos manifestam febre aguda, vômito, diarreia, conjuntivite, descarga nasal, entre outros. Mortes súbitas são possíveis e, em filhotes, a doença é quase sempre fatal.
Além disso, caso qualquer animal tenha contato com a água e fique molhado, fica sujeito a lesões e a alergia na pele, além de dores nas articulações.
“O problema ocorre principalmente em pets mais idosos, pois a soma do corpo molhado mais as baixas temperaturas potencializam as dores nos bichos”, explica a médica-veterinária Thaís Matos, especialista da área de Confiança e Segurança de uma empresa que conecta tutores e petsitters.
Se o animal tiver tido contato com a chuva, o tutor deve ficar atento aos sintomas apresentados e observar as fezes. Segundo o Dr. Carlos, em casos de infecção, o comum é que o bicho tenha diarreia.
“Do ponto de vista do comportamento de haver uma depressão. Mas o animal pode apresentar também secreção nasal, aumento da temperatura e perda de apetite”, completa o médico-veterinário Mauro Lantzman, especialista em comportamento.
Para evitar qualquer problema, ele indica secá-lo assim que possível. “Se puder, utilize um secador de cabelo em uma temperatura média ou leve-o a um pet shop para tomar um banho e fazer a secagem”, sugere.
Quando há tempestades, as inundações podem também arrastar o animal pela correnteza e machucá-lo durante a situação de emergência. Para ajudar os tutores, Dra. Gabriela preparou três dicas que merecem atenção:
O perigo da água parada
Em situações extremas de enchentes, os animais não devem ter contato e nem beber água parada. Caso se molhem, é importante secá-los assim que possível.
Certifique-se que a vacinação do seu pet esteja em dia e, caso ele apresente febre, vômito, urina escura ou apatia, procure ajuda de um médico-veterinário.
Passeios em dias chuvosos
Caso esteja chovendo, a recomendação é esperar a chuva passar e só depois sair com o animal. Ainda assim, durante os passeios, que são indispensáveis, principalmente no verão o tutor e o pet podem ser pegos desprevenidos pela chuva.
Uma das sugestões é utilizar uma capa de chuva própria para cães, que o tutor pode encontrar em lojas especializadas para pets. Apesar do acessório proteger o corpo do animal, as patas continuam expostas.
Então, ao voltar para casa, higienize-as e seque-as completamente, para evitar frieiras e outras doenças. Se o tempo piorar, o ideal é se abrigar em um local seguro e esperar a chuva passar.
Prepare um kit de emergência para o pet
Ao sair de casa com o seu animal de estimação, o tutor precisa estar preparado para os piores cenários possíveis. Caso não consigam retornar para casa, por causa da forte chuva, ter um kit de emergência é essencial.
Separe a alimentação do pet (quantidade suficiente para um período de longas horas fora de casa). Caso ele faça uso de medicações, leve-as sempre, além da água potável (importante mantê-lo hidratado enquanto estiver fora de casa).
Outros itens que podem conter no kit emergencial do pet são: brinquedos (para distrair e manter a calma diante de trovões), coleira e guia (para não deixá-lo escapar, pois pode se perder ou se ferir), comedor pequeno (para alimentar seu pet adequadamente), toalha e itens de higiene (para limpar as patas e secar o animal, caso ele se molhe neste período).
Amenize o medo da chuva
Assim como em crianças pequenas, chuvas fortes e tempestades podem causar medo aos pets. Alguns sinais de que seu animal de estimação está desconfortável com a situação são: respiração ofegante, coração acelerado, nariz quente, pupilas dilatadas, salivação excessiva, rabo entre as pernas e cabeça e orelha baixas.
Portanto, ao perceber que vai chover, o tutor pode tomar algumas medidas para amenizar a apreensão do animal.
“O tutor pode colocar tampões no ouvido do bicho ou dar calmantes naturais. Além disso, deve trabalhar mais a confiança do animal, trazendo-os para perto e, com palavras positivas, ir trabalhando o seu psicológico”, diz o Dr. Carlos.
Outras dicas são colocar a cama ou casinha em um local abrigado e deixar os brinquedos à disposição (assim ele pode se distrair e prestar menos atenção na chuva).
Caso o pet se esconda, tirá-lo do local não é uma boa opção – afinal é ali onde ele está se sentindo seguro no momento.
